Como perdi Jesus de vista

Não tinha Jesus como Deus desde a infância, creio eu. Mas uma evangelizadora (assim chamam as "tias" que ensinam sobre o Evangelho Segundo o Espiritismo) havia facilitado a visualização de Deus pedindo que eu pensasse em Jesus, pois era o que estava mais próximo dele, não em substância, mas espacialmente. O Pai-Nosso e a Ave-Maria me foram ensinados por mamãe nas noites antes de dormir. Não há cultura espírita que imponha isso. Era resquício católico dela que, apesar de se dizer espírita, não sem hesitar, por motivos que tratarei em outro momento, foi até o último dia de sua consciência assistindo à missa pela televisão. Assim, foi-me sendo construída uma imagem de Jesus, se não Deus, um semi-deus, senhor de tudo que eu conhecia, cujo reinado se perdia no horizonte, a quem devíamos tudo do dia, e da noite. A adolescência veio, a evangelização espírita seguiu seu curso, nos aprofundando em temas pincelados na infância, um dos quais era a real natureza de Cristo. Foi, então, q...